Quarta-feira passada foi um dia de regozijo para todo cidadão brasileiro. Afinal de contas o brasileiro é o exemplo de um cidadão participativo, consciente e crítico das particularidades da política de seu país.
Por exemplo, nessa semana os nosso queridos, ilustres e excelentíssimos parlamentares federais numa mostra de verdadeira competência legislativa, aprovaram "reajustes" salariais de: 61,8% para os próprios salários, de 133,9% para o presidente e o vice-presidente da república e um pouco mais que isso para os ministros de estado. E a razão dada para tal reajuste, afora o merecimento inerente dado o cargo que ocupam e quão respeitados suas excelências são pela população (que aliás foi quem, sabiamente, os colocou lá) é que foi uma questão de justiça.
Afinal, as figuras máximas dos Três Poderes tem que ganhar a mesmo salário certo? A conclusão é óbvia! Vamos todos ganhar R$ 26,7 mil que é o "teto" salarial do funcionalismo público e é quanto os ministros do STF ganham.
Mas o que mais me impressionou foi a celeridade com que o projeto foi votado. Afinal, não é todo dia que você vê uma proposta ser votada a tarde pela Câmara dos Deputados e, no mesmo dia só que à noite, ser votada pelo Senado Federal. Depois dessa nunca mais falaremos da morosidade do Congresso.
Outro ponto importante, que vale a pena destacar, é a certeza de ser representado por parlamentares corajosos. Pois somente congressistas corajosos votariam tal matéria logo após as eleições. Somente eles votariam tal matéria na calada da noite. E somente eles votariam tal matéria (que estava fora da pauta) simbolicamente sem que fosse necessário que cada parlamentar manifestasse sua posição perante a opinião pública.
E, enquanto isso, a sociedade brasileira chora suas lamúrias no Orkut e grita seus protestos no Twitter. Em fim, na queda-de-braço entre Sociedade Apática e Apolítica Vs Congresso Nacional, Congresso 1 Sociedade 0. Ao vencedor as batatas
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Vi o post na sexta passada, mas não fui rápida o suficiente para comentar antes que meu pc batesse as botas (hoje em dia ele ressuscitou, aleluia).
ResponderExcluirDizem que para a ironia é virtude dos inteligentes, eu concordo.
Assunto bom, tratado de forma inteligente, pena que geralmente, não resolve. Dá menos 'bafafa' do que realmente merece.
Em todo caso, devo informar que ganhou uma leitora.
Muito obrigado pelo elogio Isis, e concordo com você, realmente não resolve nada.
ResponderExcluirAliás, já sou leitor do seu blog, por indicação do Sr. Black, apenas não comentei ainda (coisa que farei em breve). No mais, seja muito bem vinda.
"Are we done with the hugging and learning? I thought we had a fight going on here"! - Gideon Graves in "Scott Pilgrim Vs. The World".
ResponderExcluir-
A última parte do seu post é a melhor, Celsaim. Realmente nesse embate aí a gente sempre perde, e quase sempre por omissão, o que é foda demais.
Ainda assim, é bom que se discuta ao menos a nível de informação, porque ao menos aqui em Unaí você conhece a dinâmica - o mundo acaba na Serra do Israel.
Vamos a rasgação de seda.
ResponderExcluirPrimeiro: post muito pertinente, pela importância do assunto, pela total falta de bom senso dos nossos parlamentares de votar isso da forma como foi e pelo aumento substancial para uma classe que não tem feito por merecer.
Segundo: os seus comentários fazem a leitura deste post não só engraçada, como também agradável e de fácil compreensão.
Portanto... parabéns Celsaim.